Projeto Inteligência Emocional
Senhores Pais,
Estimados Alunos,
Além das tradicionais disciplinas, como Matemática, Língua Portuguesa, Natureza e Sociedade, História e Geografia, entre outras, muitas escolas estão cada vez mais empenhadas em trabalhar também a inteligência emocional de seus alunos dentro da sala de aula. Para muitos especialistas da área da educação, o desenvolvimento das habilidades SOCIOEMOCIONAIS é tão ou mais importante para a formação dos alunos. “O desenvolvimento das habilidades SOCIOEMOCIONAIS ajuda os alunos a se tornarem mais focados, mais resilientes. Por consequência, se concentram mais no aprendizado, se interessam mais pelo conteúdo passado em sala de aula e o desempenho escolar aumenta expressivamente”, explica Francisca Romana Giacometti Paris, pedagoga, mestra em educação e diretora de serviços educacionais do Grupo Saraiva. De acordo com a especialista, com uso de técnicas da psicologia e da pedagogia, o desenvolvimento das habilidades SOCIOEMOCIONAIS permite aos alunos que eles reconheçam suas próprias emoções e a maneira mais adequada de lidar com elas. O que acontece na prática é que temos indivíduos preparados para realizar uma prova de matemática, mas que se frustram ao encontrar adversidades nas provas da vida, ficando desmotivados a buscarem o melhorar e a enfrentar tais desafios.
Por isso, cada vez mais percebe-se a importância das habilidades SOCIOEMOCIONAIS e comunicativas para melhorar a aprendizagem.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio para garantir o direito à aprendizagem e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes. Por isso, é um documento importante para o sistema educacional, colaborando assim, para a formação e para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. Atualmente na BNCC, as competências socioemocionais estão presentes em todas as 10 competências gerais.
Em 2019, iniciamos o Projeto de Inteligência Emocional com os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1. Ressaltamos que é de grande importância a participação e colaboração de todos.
Segundo CASEL, a educação socioemocional refere-se ao processo de entendimento e manejo das emoções, com empatia e pela tomada de decisão responsável. Para que isso ocorra, é fundamental a promoção da educação socioemocional nas mais diferentes situações, dentro e fora da escola, pelo desenvolvimento das cinco competências apresentadas a seguir:
- Autoconsciência: Envolve o conhecimento de cada pessoa, bem como de suas forças e limitações, sempre mantendo uma atitude otimista e voltada para o crescimento.
- Autogestão: Relaciona-se ao gerenciamento eficiente do estresse, ao controle de impulsos e à definição de metas.
- Consciência Social: Necessita do exercício da empatia, do colocar-se “no lugar dos outros”, respeitando a diversidade.
- Habilidade de Relacionamento: Relacionam-se com as habilidades de ouvir com empatia, falar clara e objetivamente, cooperar com os demais, resistir à pressão social inadequada (ao bullying, por exemplo), solucionar conflitos de modo construtivo e respeitoso, bem como auxiliar o outro quando for o caso.
- Tomada de decisão responsável: Preconiza as escolhas pessoais e as interações sociais de acordo com as normas, os cuidados com a segurança e os padrões éticos de uma sociedade.
Marcos Meier e Sandra Garcia (2007), pautados em Feuerstein, apontam alguns critérios de mediação, em consonância com ações apoiadas nas competências socioemocionais, que podem ser transpostos para a sala de aula, a saber:
- Intencionalidade e reciprocidade: o educador deve apresentar objetivos/metas claras e concretas (assim produzirá maior reciprocidade entre os alunos).
- Significado: o educador deve explicar o conceito (relacionado ao tema trabalhado na aula) e suas implicações com outros conceitos de modo claro e objetivo verificando se o aluno os compreendeu.
- Transcendência: o educador deve articular as aprendizagens de modo que transcendam o “aqui e agora”, favorecendo o aluno a pensar sobre as implicações do que está sendo “dito e feito”.
- Competência: o educador deve proporcionar que o aluno se sinta “capaz” de aprender, favorecendo sua motivação e autoestima. Ou seja, deve oportunizar situações em que o aluno obtenha sucesso. Para isso, as aulas, avaliações, linguagens etc. devem estar de acordo com o nível do aluno para o tema abordado. O feedback ao aluno é fundamental!
- Regulação e controle do comportamento: o educador deve apoiar o aluno a controlar/regular suas ações nas diferentes situações, incluindo as estressoras. Portanto, apoiar a discussão reflexiva, com o aluno e no grupo, é importante!
- Compartilhar: o educador deve manter e reforçar o clima escolar de respeito, ajuda mútua e valorizar a importância do controle das emoções, da comunicação clara e respeitosa, do balanceamento entre os objetivos/metas pessoais e do grupo. Situações de debate, troca de ideias e afins são de fundamental importância!
- Individuação e diferenciação psicológica: o educador deve valorizar as diferenças, desenvolvendo a consciência e a singularidade de cada aluno – e como ela pode coabitar com o grupo e fortalecê-lo.
- Planejamento e busca por objetivos: o educador pode apoiar o aluno na identificação de suas metas (objetivas, claras e que respeitem os demais) e ajudá-lo no planejamento (concreto e com passos possíveis de serem realizados) para que essas metas sejam alcançadas. A conversa e as estratégias para análise (como antecipação por imagens mentais) são de suma importância.
- Procura pelo novo e pela complexidade: o educador deve propor situações desafiadoras e incentivar a sua resolução de modo respeitoso.
- Consciência da modificabilidade: o educador deve sempre buscar novos caminhos, recursos, estratégias etc., de forma a apoiar a todos os alunos (nunca desistir de um aluno quando a maioria já dominou um assunto, situação etc.).
- Sentimento de pertença: o educador deve apoiar o aluno a identificar as pessoas que se aproximam ou que se identificam com ele, em outras palavras, o educador deve auxiliar os alunos a se sentirem pertencentes a um grupo.
- Construção do vínculo: o educador deve buscar vincular-se aos alunos e vice-versa. O vínculo é fundamental para a ação em grupo!
As atividades (aulas) serão realizadas uma vez por semana e seguirá os Cinco pilares para o desenvolvimento da inteligência emocional, precisamos ter em mente que uma criança emocionalmente saudável não é aquela que não chora, tampouco se frustra ou se irrita, mas aquela que aprimora, constantemente, a compreensão sobre as próprias emoções, como explica o psicólogo Marcelo Mendes, da PUC-Campinas (SP). A habilidade de reconhecer os próprios sentimentos, compreender os dos outros e saber lidar com eles é o que a psicologia chama de INTELIGÊNCIA EMOCIONAL.
Fátima Barroso
Projeto Inteligência Emocional JBN